
A Rússia exigiu, hoje, uma ordem dos Estados Unidos à Ucrânia, para um acordo sobre a navegação comercial no Mar Negro, e apelou ao levantamento das restrições ao comércio de cereais e fertilizantes russos.
“A nossa posição é simples: não podemos confiar na palavra dessa pessoa”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, a uma televisão russa, referindo-se ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, segundo a agência espanhola EFE, citada por Lusa.
Lavrov insistiu que a Rússia precisa de garantias claras sobre o comércio no Mar Negro, e exigiu que a Rússia deixasse de ser excluída do mercado mundial de fertilizantes e cereais, devido às sanções ocidentais, por ter invadido a Ucrânia em Fevereiro de 2022.
O ministro disse que a Rússia é “a favor da retoma da iniciativa do Mar Negro sob uma forma mais aceitável para todos”.
Referiu que a questão foi debatida como uma prioridade nas conversações com representantes dos Estados Unidos que decorreram na segunda-feira na Arábia Saudita.
Lavrov afirmou que Moscovo quer que “o mercado dos cereais e o mercado dos fertilizantes sejam previsíveis” para que ninguém tente retirar a Rússia destes mercados.
Segundo Lavrov, a Rússia está preocupada com a situação alimentar em África e noutros países do Sul global que disse terem sofrido com “os jogos do Ocidente”, de acordo com a agência russa TASS.
A chamada Iniciativa do Mar Negro esteve em vigor entre 2022 e 2023, permitindo exportação de cereais ucranianos, vitais para o abastecimento alimentar mundial, que estavam retidos nos portos do país cercados pela Rússia.
A Rússia retirou-se do acordo ao fim de um ano, queixando-se de que o Ocidente não estava a honrar os compromissos de aliviar as sanções sobre as exportações russas de produtos agrícolas e fertilizantes.
O acordo teve mediação do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e da Turquia, país onde funcionou uma comissão conjunta de inspeção dos navios envolvidos no transporte dos cereais ucranianos por Moscovo recear que transportassem armas para Kiev.
Durante a vigência do acordo, saíram da Ucrânia cerca de 33 milhões de toneladas de cereais e outros produtos agrícolas, o que afastou o cenário de insegurança alimentar mundial. Read More O País – A verdade como notícia
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