
O Papa Francisco advertiu hoje, numa mensagem preparada no hospital Gemelli, em Roma, que “uma sociedade justa não se constrói eliminando os nascituros indesejados” ou os idosos e doentes dependentes.
Ainda internado, devido a problemas pulmonares, o sumo pontífice escreveu uma mensagem dirigida ao Movimento pela Vida, uma organização de “defesa da vida humana desde a concepção até à morte natural”-
O texto, datado de 05 de Março, foi lido, este sábado, pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, durante uma missa na Basílica de São Pedro, perante membros do movimento.
“Lamentamos que não possam encontrar-se com o Santo Padre como previsto, mas estamos profundamente ligados a ele e rezamos pela sua saúde. O Papa escreveu, no entanto, uma mensagem para esta ocasião, que tenho a honra de ler”, começou por dizer o cardeal perante os fieis, cita a agência de notícias Lusa.
Francisco, na sua mensagem, agradece o trabalho da associação Movimento pela Vida, junto das “mães com gravidezes difíceis ou inesperadas”, sobretudo, quando nas últimas décadas, ” se difundiu, infelizmente, a cultura do descarte” das pessoas mais vulneráveis da sociedade.
“É por isso que as pessoas de todas as idades são, mais do que nunca, necessárias para fazer um esforço concreto ao serviço da vida humana, especialmente quando ela é mais frágil e vulnerável, porque é sagrada, criada por Deus, para um destino grande e belo”, escreve o pontífice.
O Papa sublinha, ainda, que “uma sociedade justa não se constrói eliminando os nascituros não desejados, os idosos não autónomos ou os doentes incuráveis”.
Por isso, o pontífice argentino agradeceu aos membros do movimento por terem “renovado o seu ‘sim’ à civilização do amor”, frisando que “libertar a mulher das condições que a impelem a não dar à luz o seu próprio filho é um princípio de renovação da sociedade civil”.
“Hoje é claro para todos que a sociedade está estruturada nas categorias de possuir, fazer, produzir ou dar. O vosso compromisso, em sintonia com o de toda a Igreja, indica um projeto diferente que coloca a dignidade da pessoa no centro e dá prioridade aos mais frágeis”, sublinhou.
No seu texto, Francisco apelou ao Movimento pela Vida para que “continue a apoiar as mulheres, a sua capacidade de acolhimento, generosidade e coragem”, porque elas “devem poder contar com o apoio de toda a comunidade civil e eclesiástica”.
Entretanto, e apesar de estar a cumprir o seu 23.º dia de hospitalização, o Papa Francisco preparou a homilia da missa de domingo, por ocasião do Jubileu dos Voluntários, que será lida, em seu nome, pelo cardeal canadiano Michael Czern.
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