Há cerca de 22 mil pessoas sitiadas em Chókwè, província de Gaza, devido ao transbordo do Rio Limpopo. Enquanto isso, mais de 12 mil famílias perderam quase tudo nas machambas naquele distrito, mas também em Guijá e Chibuto.
“Estamos com medo e optamos por sair das nossas residências porque já estão a ficar inundadas”, conta uma das vítimas.
Extensas áreas de produção estão totalmente inundadas, na sequência do transbordo das águas do rio Limpopo na província de Gaza. Os campos de produção de milho são os que mais sofreram, deixando famílias no desespero. Em Chibuto e Chókwè, quase quatro mil hectares estão inundados.
Ao lançar o olhar sobre as culturas totalmente “engolidas” pelas inundações, Lucas Marindze, que produz na zona baixa de Chinhacanine lamenta-se, mas sem alternativa. “Quando vejo as culturas inundadas, o meu coração se angustia. Perdi cerca de 10 hectares de milho, tomate, alface e couve”.
Mariana Matusse explica que investiu na esperança de abastecer o celeiro devastado pela estiagem, na época agrícola passada, e tudo apontava para uma boa colheita, mas perdeu tudo.
“Perdi cerca de 10 hectares. Como serão os próximos dias? Não sei, porque não temos muitas alternativas. As crianças estão a passar fome, porque estamos há uma semana sem passar refeições”, lamenta.
Algumas famílias nas baixas de Incoluane, Chinhacanine, até tentaram retirar o gado das zonas de pasto.
O governo do distrito de Guijá está a monitorar a situação no terreno.
Estas inundações são resultado da abertura de comportas no Zimbabwe e na África do Sul.
Segundo a Administração Regional de Águas do Sul (ARA-Sul), as estações hidrométricas de Combomune, Sicacate e Chókwe, na Bacia do Limpopo, continuam a registar níveis de alerta com tendência a agravar-se. Read More O País – A verdade como notícia
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