Um grupo de 17 pessoas em Nampula diz-se burlado por um cidadão paquistanês que adquiriu 510 toneladas de milho e passou um cheque sem cobertura, no valor de mais de 6 milhões de meticais. O caso já está na Justiça.
São parte de um grupo de 17 pessoas que se sentem burladas por um cidadão paquistanês que se dedica à compra e venda de milho, na província de Nampula. Do grupo constam agricultores de Nampula e Niassa e alguns intermediários na cadeia do agronegócio.
“Solicitou-nos e disse que precisava de uma quantidade de milho de quase mil toneladas. Numa primeira fase, nós fornecemos 245 toneladas, e deste número, ele passou-nos um cheque no valor combinado. E depois disso, seguiu-se para a segunda fase que era de mais ou menos duzentas e tal toneladas, quase trezentos e acabamos fornecendo. Mas o que acontece é que o cheque que fomos passados, que era para poder levantar no dia 16, ele ligou para mim e disse que não podíamos ter o cheque e que devíamos esperar para o dia seguinte, porque não tinha fundo nenhum na conta”, narrou Marcelino Alberto, um dos lesados.
O milho foi descarregado em dois armazéns na cidade de Nampula. Além da falta de cobertura do cheque passado, o mesmo milho foi vendido pelo cidadão paquistanês a uma fábrica de produção de farinha de milho, antes do pagamento aos donos do produto.
“Um dos nossos colegas, que estava a descarregar o milho, que era também amigo daquele senhor que nós fornecemos, ligou para ele para pedir reforços de mais camiões, que era para poder transportar o mesmo milho que nós estávamos a descarregar para uma fábrica de farinha, que segundo ele (o cidadão paquistanês) era para fazer farinha, porque tinha contrato com outras empresas”, continuou a explicar.
Com a burla consumada, os lesados levaram o caso ao SERNIC e por decisão do tribunal provincial de Nampula, o milho foi apreendido e foi constituído o dono de um dos armazéns como fiel depositário. Para a estranheza dos lesados, o milho continuou a ser retirado do armazém.
“A juíza, a Dra Esmeralda, indeferiu o nosso requerimento de pedido de devolução do produto e, pronto, nós ficamos já sem saber o que estava a acontecer. Então, enquanto estávamos no tribunal, acabamos recebendo ligações de que diziam que o milho que descarregamos está a ser novamente levado para aquele ponto de venda”.
A empresa que recebeu parte das 510 toneladas de milho é esta, pertencente a empresários chineses. Tentamos contacto com os donos da mesma para sabermos dos contornos do negócio, mas sem sucesso. Read More O País – A verdade como notícia
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