
Protestatários abordaram, hoje, um carro da Polícia, interrompem a marcha e puseram lixo, na Praça dos Combatentes, Cidade de Maputo. A Unidade de Intervenção Rápida usou gás lacrimogêneo para recuperar a viatura. De resto, a capital do país teve avenidas calmas e algumas com barricadas, bem como carros a serem obrigados a voltar ou estacionar.
Um carro da Polícia da República de Moçambique abordado por Protestatários na Praça dos Combatentes, vulgo Xiquelene, cidade de Maputo e transformado numa “Lixeira”.
E, conforme a nossa equipa de reportagem apurou no terreno, a isto os agentes da Unidade de Intervenção Rápida responderam com gás lacrimogéneo.
Depois disso,o ambiente ficou tenso na Praça dos Combatentes. Havia carros blindados e agentes da Unidade Rápida em constante patrulha. Ainda no local, “O País” acompanhou um cenário em que a mais uma viatura da corporação era abordada por Protestatários.
É que na Praça dos Combatentes o trânsito de viaturas estava vedado a quase todas viaturas, incluindo os da PRM.
Além de abordar os veículos e travá-los, os Protestatários estacionaram seus carros no meio da estrada e bloquearam a via.
Mas não só os carros foram usados para impedir a circulação de viaturas por estas ruas e avenidas. E este cenário de bloqueio das estradas, quer por viaturas quer por outros obstáculos, não foi muito predominante, nesta quinta-feira, na Cidade de Maputo.
Na Avenida 25 de Setembro, os Protestatários não colocaram barricadas, mas mandavam voltar toda e qualquer viatura que por aqui quisesse passar.
Na avenida 25 de Setembro, por exemplo, duas viaturas foram forçadas a interromper a marcha depois da hora oito. “Nós estamos a mandar voltar carros porque decretou-se que hoje (quinta-feira) até à próxima semana, deve-se paralisar tudo durante oito horas. Então, nós vamos mandando voltar carros. Os de mota, nós mandamos desligar os motores. Não estamos a vandalizar carro de ninguém”, referiu Issa Matusse, protestatário.
A abordagem das viaturas pelos Protestatários acontece diante da Polícia e militares. E o que fazem é para, segundo eles, servir de pressão para a reposição da verdade eleitoral.
“Através das pessoas que a gente vai bloquear, vai se fazer uma reclamação e essas imagens todas que estão a ser captadas e eu acredito que isto vai chegar ao Presidente da República. Ele tem que olhar para isso com olhos de ver e aprofundar o que os moçambicanos querem. A forma de parar tudo isto, é colocar a verdade eleitoral”, apontou Issa Matusse.
Os Protestatários esperam que isto seja feito num ambiente cordial e pacífico. “Nós estamos a fazer manifestação pacífica e não queremos discutir com ninguém. Mas se as pessoas vêm e querem atropelar um de nós, o que faremos? Há pessoas que vêm com pistola e atiram contra nós. Uma vez que não temos armas, vamos responder com pedras. Estaremos a nos defender. Quando isso acontece, dizem que não é defesa. Mas quando são eles a se defenderem com armas, é defesa. Afinal, quem está a matar o outro?”, questionou de forma retórica, Nelito Branco, protestatário.
Ao longo de algumas avenidas do centro da capital do país, havia contentores no meio da estrada usados para obstruir a via e pedras. De forma geral, a cidade de Maputo não teve muitas barricadas nas vias.
Aliás, mesmo a Estrada Nacional Número Um, que esteve intransitável nesta quarta-feira, não só esteve desbloqueada, como também, teve poucas barricadas.
Ainda assim, poucos carros se fizeram à rua no intervalo das 08 horas às 15h30, incluindo aos autocarros de passageiros, que estiveram parqueados até quase no fim da tarde.
Read More O País – A verdade como notícia
More Stories
Comunidade Mahometana lembra Papa Francisco como figura de conciliação
China vai retaliar com sanções contra funcionários dos EUA
Dom Dinis Sengulane sugere que moçambicanos se inspirem no Papa Francisco