Milhões de moçambicanos continuam a recorrer às farmácias para comprar medicamentos, sem nenhuma recomendação médica. Nas farmácias, sobretudo as privadas, os doentes compram os fármacos e iniciam a automedicação, colocando em risco a sua saúde.
A venda de fármacos sem receita médica ocorre normalmente no país, apesar da lei dos medicamentos impor que todas as farmácias públicas e privadas não façam a venda nessas condições, particularmente, quando se trata de antibióticos e outros medicamentos de especialidade.
“Estas práticas são consideradas perigosas e muito prejudiciais à saúde e as consequências são a morte. O problema da resistência aos antimicrobianos é um problema global e não é só do sector de saúde, é um problema de todos. Nós como profissionais de saúde, como Serviço Nacional de Saúde, onde fazem parte as farmácias privadas, clínicas privadas e instituições públicas, temos que colaborar para um uso racional dos antimicrobianos”, disse Ana Rambique, responsável pela assistência farmacêutica.
MAS AFINAL, QUAL O RISCO DE USO IRRACIONAL DE ANTIBIÓTICOS?
“Medicamentos antibióticos e outros agentes se tornam ineficazes às infecções, Tornam-se deficientes ou impossíveis de serem tratadas, aumentando o risco de disseminação de doenças no seu agravamento e, portanto, morte. A resistência antimicrobiana é directamente responsável por 1,3 milhões de mortes e contribui para outros 5 milhões de mortes em todo o ano”, explicou Ana Tambo, directora clínica do Hospital Central Beira.
Ana Tambo explicou ainda que o uso irracional de antibióticos é também “uma ameaça ao futuro económico, com um custo anual global estimado até 3,4 milhões até 2030. E ainda contribuirá para que 28 milhões de pessoas sejam empurradas para a pobreza até 2050”.
As nossas fontes, que falavam do curso do primeiro simpósio de resistência antimicrobiana e referiram que algumas farmácias já foram sancionadas e apeladas para a venda e uso racional de medicamentos.
“Tenham consciência do quão grave é dispensar esses antibióticos sem receita médica, mas a população também tem que ter essa consciência, porque a responsabilidade não é só da parte da saúde, como nós dissemos, tem que ser consciente”, alertou Ana Rambique.
Com este simpósio, o sector da saúde pretende consciencializar e melhorar a compreensão do problema e promover as melhores práticas de saúde. Read More O País – A verdade como notícia
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