Os reclusos do sistema prisional da província da Zambézia estão a potenciar a criação de animais e produção de ananás para reforçar a dieta alimentar. Em 8 hectares, a população reclusa conseguiu 150 toneladas de ananás na primeira colheita, cujo excedente será comercializado.
A primeira colheita foi feita esta sexta-feira e foi testemunhada pela secretária de estado da província da Zambézia, Cristina Mafumo, que diz que agora, o desafio é conquistar o mercado.
Zambézia, tal como o resto do país, debate-se com a superlotação do sistema penitenciário tendo cerca de dois mil reclusos. Só a penitenciária de Quelimane tem está com 745 reclusos, quase três vezes mais do que a sua capacidade, que é de 270.
Assim, mais a província passou a precisar de mais de 3 milhões e meio de Meticais para os cerca de 2 mil reclusos na Zambézia.
Por consequência da superlotação, a escassez na logística dos mantimentos é um problema constante, que trouxe apenas uma alternativa – a produção de alimentos, que hoje testemunhou a sua primeira colheita de ananás onde em 8 hectares conseguiu-se a produção de 150 toneladas do fruto.
Ildo Tomás é recluso, que foi condenado a seis meses de prisão e um mês de multa, contribuiu para a produção. “Estou aqui porque tive um acidente com um amigo e a moto que usei desapareceu, acabam pensando que vendi por isso fui condenado. O ananás que temos já está pronto e nós é que produzimos”, disse.
Ana Persina também é uma reclusa que igualmente se dedica à produção de ananás. Em conversa com a nossa reportagem, disse que foi condenada a um ano e dois meses. “Estou aqui por causa do consumo de estupefacientes, não é fácil, mas por estar aqui aprendi a culimar. Aprendi muito com os meus erros e ao sair daqui, gostaria de voltar à escola”.
Valgi Figueiro, um dos extensionistas que apoia os serviços penitenciários no campo aberto de Nicoadala disse que além da banana ceira, apoia na produção de outras culturas.
“Além de ananaseiras trabalhamos com outras culturas e ajudando nas técnicas de plantio assim de modo que venham a ter uma grande produtividade e de qualidade. É tudo natural e não usamos nenhum quimico”.
Com a escassez financeira, a produção de ananás e a criação de animais espera-se que a dieta alimentar da população reclusa seja satisfatória.
“A ideia inicial é alimentar a população reclusa e o excedente será para a comercialização. Os fundos serão usados para o transporte da população reclusa que é solta e volta a sua proveninecia”, garantiu Álvaro Arnança, director do SERNAP na província.
A secretária de estado da província da Zambézia Cristina Mafumo visitou o campo de produção de ananás disse que o desafio actual passa pela comercialização da produção.
Tendo em conta que as nossas penitenciárias, tem uma capacidade da população reclusa acima do concebido, isto acarreta custos para alimentação. estamos a testemunhar a colheita do ananás e o grande desafio é mercado tendo em conta que Nicoadala é o celeiro da produção da fruta”, disse Cristina mafumo. Read More O País – A verdade como notícia
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