
Vitano Singano está preso e é acusado, pela Procuradoria-Geral da República (PGR), de ter planeado um ataque a Ponta Vermelha, no passado dia 7 de Novembro. O presidente do partido Revolução Democrática é indiciado também por ter tentado recrutar membros das Forças de Defesa e Segurança e pessoas com experiência militar, para assaltar unidades policiais e militares. Venâncio Mondlane é arguido no mesmo processo.
O Tribunal Judicial da Cidade de Maputo emitiu, nos primeiros dias do mês de Novembro corrente, um mandado de captura cujo alvo é Vitano Singano, Presidente do partido Revolução Democrática. O documento dizia apenas que o político é indiciado de conspirar contra a segurança do Estado, mas não dava mais detalhes.
Os mesmos documentos acabaram por ser revelados, esta segunda-feira, pela Procuradoria-Geral da República. O Ministério Público diz ter elementos que indicam que Singano estava na coordenação de um plano para invadir o Palácio da Ponta Vermelha no passado dia 7 de Novembro, no quadro dos protestos pós-eleitorais.
“Corre termos um processo-crime no Gabinete Central de Combate à Criminalidade Organizada e Transnacional (…), em virtude de se ter constatado elementos indiciários contra o Presidente do Partido Revolução Democrática, no envolvimento em coordenação com um grupo de indivíduos, à monte, de entre os quais, alguns membros das Forças de Defesa e Segurança e de partidos políticos, para a mobilização e recrutamento de mais elementos no seio das FDS e de mais indivíduos com experiência militar, sobretudo na condição de reserva, para o assalto à algumas unidades militares e policiais”, lê-se no documento.
E o plano, segundo a PGR, não parava por aí. O Ministério Público afirma que as pessoas em referência queriam ainda a: “destruição da Estrada Nacional Número 1, com recurso a bombas de fabrico caseiro (Cocktail Molotov) e dinamites usados para a explosão de rochas na exploração mineira, com vista a impedir qualquer apoio militar ou policial vindo da zona centro ou norte, enquanto se realizava o ataque à Ponta Vermelha, na acção que teria lugar no dia 07 de Novembro de 2024”.
Travado o plano, a PGR diz que no quadro do processo foram detidos três arguidos e submetidos à legalização da prisão no Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, onde o juiz decidiu pela prisão preventiva de Vitano Sinango e libertação dos outros dois, mediante caução e termo de identidade e residência.
Mas há mais. Segundo a PGR: “Nos mesmos autos, são indiciados outros arguidos que se encontram a monte, de entre eles o candidato presidencial, Venâncio António Bila Mondlane, suportado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS);
Assim, somam-se três processos que têm Venâncio Mondlane como arguido. Este movido pelo Gabinete Central de Combate à Criminalidade Organizada e Transnacional, o segundo que corre termos no Tribunal Judicial da Cidade de Maputo em que Mondlane é acusado de incitamento à desobediência colectiva e, em terceiro lugar, a acção civil contra Venâncio Mondlane e Albino Forquilha, em que o Estado pede uma indemnização de 32 milhões de meticais, pelos danos causados ao seu património.
Read More O País – A verdade como notícia
More Stories
Comunidade Mahometana lembra Papa Francisco como figura de conciliação
China vai retaliar com sanções contra funcionários dos EUA
Dom Dinis Sengulane sugere que moçambicanos se inspirem no Papa Francisco