O vice-comandante da Polícia diz que a PRM tem sempre orgulho do trabalho que faz e que as manifestações são um fenómeno que desafia a corporação a adaptar-se, de forma a garantir a ordem. Fernando Tsucana diz ainda que a Polícia não impede manifestações e a sua actuação não é em função do partido envolvido.
Fernando Tsucana esteve em entrevista no Jornal da Noite, este domingo, para falar da actuação da Polícia, num contexto de manifestações que em vários casos se resvalam para violência.
E a pergunta sobre a actuação dos agentes da PRM era inevitável.
“O nosso trabalho é sempre orgulhoso, porque é o trabalho que garante a ordem e segurança públicas e a circulação de pessoas e bens em segurança. Agora, as manifestações são fenómenos que de tempos em tempos acontecem, e nós temos que nos adaptar a estes fenómenos para repormos a ordem e garantirmos o curso normal das actividades sociais”, disse Fernando Tsucana.
Em alguns casos, o gás lacrimogêneo e balas verdadeiras tem sido o recurso da Polícia para dispersar manifestantes. Mas, porque impedir manifestações?
“A polícia não impede manifestações, se há algum impedimento, tudo decorre da lei”, explicou.
Enquanto o partido PODEMOS e outros da oposição manifestam-se em contestação dos resultados das eleições gerais, a Frelimo faz marchas de celebração da vitória.
Por isso, questionamos porque as manifestações do partido Frelimo poucas vezes resultam em tiros e tumultos.
“O que nós encontramos no terrenos, quando trabalhamos, são manifestantes ou indivíduos envolvidos em tumultos e quando é assim, nós não perguntamos de que partido são. A nossa actuação não decorre de nome de partidos. Todos os que se manifestam tem que obedecer a lei, tal como nós obedecemos a lei, e evitar situações em que manifestações desembocam em tumultos”, disse o vice-comandante da Polícia
Mas a polícia pode usar balas verdadeiras em manifestações?
“A polícia em nenhuma manifestação devia usar balas, o nosso trabalho é, primeiro, a persuasão, dois, intervenção, que visa debelar qualquer acção violenta, mas usando medidas de forma gradativa. É verdade que há uma e outra circunstância que tenham sido usadas balas verdadeiras, mas essas situações, como eu dizia, fazemos a verificação para saber em que circunstâncias ocorreram… em circunstâncias normais não (a polícia não devia usar balas verdadeiras), se isso acontecer são incidentes que devem ser corrigidos e nós temos trabalhado nesse sentido”, respondeu.
Nesta situação, será que a polícia continua a transmitir segurança aos cidadãos?, questionou “O País”, mas esta foi uma pergunta para a qual não houve resposta directa do número dois do Comando-Geral da PRM. Tsucana fez apenas apelos, reiterando que a Polícia estará no terreno para garantir a segurança.
“Queremos apelar aos cidadãos para que voltem ao trabalho e retomem as suas actividades. A polícia vai garantir a ordem e a sua segurança, para que as pessoas voltem aos seus trabalhos, todos os trabalhadores, os professores, os transportadores, os funcionários públicos e todos os demais trabalhadores, que têm de voltar ao trabalho, e nós vamos garantir que se desloquem e voltem dos seus postos de trabalho em segurança”. Read More O País – A verdade como notícia
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