Tudo terá começado a partir de uma desinformação sobre a existência de um surto de cólera no povoado de Lunga, no distrito de Mossuril, o que provocou pânico no meio da população que de seguida procurou formas de abandonar o local.
Saindo em debandada, as pessoas terão recorrido a duas embarcações inapropriadas para navegação até ao município da ilha de Moçambique a fim de se safar, saindo em dois grupos separados.
Segundo informações colhidas no local, as mulheres e crianças em um número de 130 teriam saído primeiro em uma embarcação de pesca movida a motor, carregando consigo os seus pertences, o que provocou desequilíbrio na embarcação que não resistiu a superlotação combinada ao mau tempo que se fez sentir na região durante o dia de domingo.
Segundo o administrador da Ilha de Moçambique, Silvino Nauaito, “trata-se de uma embarcação vocacionada para a pesca e não para pessoas, que vinha de Lunga para Ilha de Moçambique transportando pessoas. De acordo com informações que temos em nossa posse, o que acontece é que as pessoas estão a sair de Lunga de forma atabalhoada, alegadamente porque há uma epidemia de diarreias lá e as pessoas ficam com sintomas por apenas 3 minutos e morrem. De acordo com as nossas fontes, em pouco tempo morreram entre 10 a 12 pessoas e alguns falam de 15. Não sabemos quantas são, o que sabemos é que foram procurar essa embarcação de pesca para pedir que os levassem até à Ilha de Moçambique, numa tentativa de fugir para estarem mais próximos do hospital”, explicou o administrador da Ilha de Moçambique falando em directo para STV.
Outras informações avançadas por outras fontes que conversaram com o O País, apontam que uma movimentação no interior do barco provocada pelas ondas da maré alta, teria provocado um movimento brusco de pessoas e bens para um lado e a embarcação não resistiu e naufragou.
ALGUMAS PESSOAS MORREM NA MARGEM POR FALTA DE SOCORRO
Nem todas as pessoas morrem no mar, algumas até conseguiram chegar à margem mas não foram socorridas a tempo. os homens do povoado que seguiam na mesma direção, estavam a uma distância considerável uma vez que seguiam em uma embarcação a vela, e não foram a tempo de prestar socorro às vítimas maioritariamente crianças.
No local continuam buscas, entretanto, dados dos Secretário de Estado na Província de Nampula indicam que, além das mortes, há 10 sobreviventes e dois corpos ainda não reclamados na unidade sanitária da Ilha de Moçambique. Há vários outros desaparecidos.
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