Maio 18, 2025

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Grupo armado ataca navio russo em Cabo Delgado

 Um navio russo foi alvo de um suposto ataque terrorista próximo ao distrito de Mocímboa da Praia, no norte da província de Cabo Delgado. As autoridades confirmam o facto, mas não avançam mais detalhes sobre o caso.

“Entre os dias 7 a 8 de Maio recebemos uma comunicação de um acto de pirataria no mar. Foi quase em alto-mar, próximo das ilhas Mtembuzi e Vamizi. Embarcações motorizadas atacaram um navio que estava a realizar trabalhos de pesquisa. O comandante (do navio russo) levou o navio para o alto-mar, e como as embarcações (do grupo armado) não tinham autonomia para navegar em águas profundas, voltaram e seguiram em direção ao rio Messalo, onde têm um esconderijo de embarcações que arrancam aos pescadores e agentes económicos locais”, descreveu Sérgio Cipriano, administrador de Mocímboa da Praia.

Até ao momento, pouco ou quase nada se sabe sobre o ataque, mas o administrador de Mocímboa da Praia tem quase certeza de que se trata do grupo armado instalado em Cabo Delgado desde 2017.

“Não há dúvidas de que é este grupo (armado), porque circulam na zona costeira, e as embarcações usadas nessa tentativa de assalto foram arrancadas aos pescadores alguns dias antes da chegada do navio russo a Cabo Delgado, de acordo com informações de testemunhas que relataram movimentos estranhos no mar no dia do ataque. São embarcações de fibra de vidro, oferecidas pela Total a algumas associações de pescadores no âmbito do plano de reconstrução de Cabo Delgado pós-terrorismo”, revelou Sérgio Cipriano.

A fonte descarta a possibilidade de o ataque ter sido um erro das Forças de Defesa e Segurança, uma vez que a presença do navio era do conhecimento das autoridades. “Já tínhamos sido comunicados sobre a presença desse navio, que estaria a fazer pesquisas na costa moçambicana, incluindo Mocímboa da Praia. Informámos as Forças de Defesa e Segurança para evitar confusões, mas, infelizmente, houve essa insurgência”, lamentou o administrador do distrito.

A suposta fracassada tentativa de assalto ao navio russo aconteceu numa altura em que o grupo armado voltou a intensificar os ataques terroristas, alguns dos quais têm sido registados nos arredores da vila sede do distrito.

Segundo relatou o administrador do distrito, “no dia 5 deste mês de maio, por volta da uma hora da madrugada, o grupo armado foi à aldeia Ntotwe, onde revistou as casas à procura de mantimentos. Mas, infelizmente, a população não tinha nada. Apenas levaram vinte e cinco galinhas. Depois, dirigiram-se à zona comercial da aldeia, onde assaltaram quatro barracas e levaram quase tudo o que encontraram — desde arroz, farinha, óleo, até refrigerantes e bolachas. Na retirada, encontraram três mulheres; deixaram as duas que tinham bebés e levaram uma adolescente de catorze anos de idade”.

Depois de Ntotwe, o grupo armado assaltou uma ilha localizada no limite entre os distritos de Mocímboa da Praia e Palma.

“No dia 11, por volta das dezasseis horas, um grupo de quatro terroristas, numa embarcação motorizada, assaltou a ilha Muicungo, no posto administrativo da vila sede. À saída, carregaram as embarcações com os produtos de que necessitavam e saíram da ilha”, recordou Sérgio Cipriano.

Desde que o grupo armado voltou a circular em Mocímboa da Praia, em dezembro de 2024, milhares de pessoas que haviam regressado às zonas de origem — algumas das quais tinham acabado de reconstruir as suas casas — voltaram a abandonar as suas aldeias e a viver como deslocados.

“Devido à insegurança, algumas aldeias como Marere, Kalungo, Luchete, Nazimoja, Nacitenge, Ntanga, Chitolo e Antadola, onde uma parte da população já havia regressado, estão agora abandonadas. Algumas dessas pessoas já haviam abandonado desde 2023. A maior parte vive atualmente na vila sede, enquanto outras regressaram à zona de origem apenas temporariamente”, concluiu. Read More O País – A verdade como notícia

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