
As autoridades congolesas suspenderam as atividades do partido do antigo Presidente Joseph Kabila, acusado de um “silêncio cúmplice”, face ao grupo armado M23, apoiado pelo Ruanda, no leste da República Democrática do Congo (RDC), segundo escreve Notícias ao Minuto.
A decisão surge num contexto político muito tenso entre as autoridades de Kinshasa e o campo de Kabila, que anunciou, recentemente, o seu regresso ao leste da RDC, parcialmente controlado pelo M23, apoiado pelo Ruanda e pelo seu exército.
As actividades do Partido Popular para a Reconstrução e a Democracia (PPRD) “foram suspensas em todo o país”, de acordo com um comunicado de imprensa do Ministério do Interior assinado no sábado, citado pelo Notícias ao Minuto.
“Esta decisão surge na sequência do activismo comprovado” de Kabila, líder do PPRD, nesta “guerra de agressão ruandesa e do silêncio culpado e até cúmplice” do seu partido, segundo o comunicado.
O Ministério do Interior denunciou igualmente a “atitude ambígua” de Kabila, que “nunca condenou” a rebelião do M23 nem o apoio do Ruanda a este grupo armado antigovernamental.
Condenou ainda a “escolha deliberada” do antigo chefe de Estado de “regressar ao país através da cidade de Goma, que está sob controlo inimigo e que, curiosamente, garante a sua segurança”.
Num outro comunicado de imprensa, o Ministério da Justiça declarou que tinha pedido ao procurador-geral do Tribunal de Cassação (Supremo Tribunal de Justiça) “que iniciasse um processo judicial” contra Joseph Kabila “pela sua participação directa” no M23.
O partido de Kabila ainda não reagiu.
O conflito no Leste da RDCongo intensificou-se nos últimos meses com a tomada pelo grupo armado M23 das duas principais cidades da região: Goma, capital da província do Kivu do Norte, e Bukavu, capital do Kivu do Sul. Read More O País – A verdade como notícia
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