
A Primeira-Dama da República, Gueta Chapo, recebeu, esta sexta-feira, no seu gabinete de trabalho, o Comité da Mulher Trabalhadora da Organização dos Trabalhadores Moçambicanos-Central Sindical (OTM-CS), que se apresentou e discutiu questões relevantes para as mulheres no país.
O encontro concentrou-se nos desafios que as mulheres enfrentam, incluindo a discriminação, a violência e as dificuldades no acesso a direitos laborais. O Comité, que congrega 15 sindicatos e uma associação do sector informal, demonstrou empenho em trabalhar ao lado do Gabinete da Primeira-Dama para promover a igualdade e a dignidade das mulheres. Tratou-se de um encontro que também visou a saudação à Primeira-Dama, abordando a necessidade de união entre as mulheres de todos os sectores da sociedade.
No final do encontro, em declarações à imprensa, Clara Munguambe, em representação do Comité, destacou que “nós viemos aqui hoje ao Gabinete de Sua Excelência Primeira-Dama da República de Moçambique para a nossa saudação a ela. Como é óbvio, nós recebemos uma Primeira-Dama a 15 de Janeiro, e, para nós como estrutura de mulheres, faz parte da nossa agenda saudar e também nos apresentarmos”.
Clara Munguambe frisou a importância da união entre as mulheres, ressaltando que “aqueles que são os interesses, aqueles que são os objectivos das mulheres, sempre são comuns, não há objectivos específicos para uma mulher, e objectivos para outra mulher’’.
A representante do Comité enfatizou a necessidade de uma acção conjunta para enfrentar desafios significativos, como a ratificação da Convenção 183 sobre a Maternidade, que continua a ser uma prioridade para a OTM.
Segundo Munguambe, “estamos com um desafio em frente, que é a questão da Convenção 183 sobre a Maternidade. Para nós falarmos de uma convenção, todo o conjunto de mulheres precisa estar unido. E nós sentimos que, com esta apresentação que fizemos hoje à nossa mamã da nação, faremos uma luta conjunta para que ela (a Convenção) seja ratificada”.
No encontro, também se abordaram questões relacionadas à discriminação no trabalho, afirmando que as mulheres querem ser “reconhecidas e valorizadas”.
A representante sindical expressou preocupação com a persistência de práticas prejudiciais à mulher no mercado de trabalho, como o assédio. “Nós queremos que o assédio, para que a mulher consiga ter o emprego, seja eliminado de uma vez por todas”, disse, acrescentando que “não é justo que uma mulher, para poder trabalhar, tenha que passar por várias consequências negativas. Se ela é capaz, ela é formada, ela é uma mulher que quer ter o seu emprego, tem que ser justo perante a Lei do Trabalho”.
Clara Munguambe também falou sobre a importância de garantir que as leis trabalhistas sejam aplicadas de forma justa e eficaz para as mulheres. “Existem, sim, as leis, mas sempre há manobras que não favorecem a nós as mulheres. Nós queremos, de uma única voz, dizer: não à discriminação, não à violência”, afirmou, enfatizando que as mulheres precisam estar unidas para alcançar seus objectivos, tanto no âmbito laboral quanto social.
A luta pela igualdade de direitos e a valorização das mulheres foi um ponto central na conversa. “Nós viemos aqui nos apresentar e falarmos de aspectos específicos que tocam a vida das mulheres no país”, disse Munguambe.
A representante do Comité reiterou que a causa das mulheres deve ser única, e que todas as mulheres de Moçambique, independentemente de sua origem, devem trabalhar em prol de um país melhor e mais justo.
Munguambe também destacou a importância de educar as futuras gerações, enfatizando que as mulheres, especialmente as moçambicanas, devem conhecer o seu papel e lugar na sociedade. E ressaltou que as mulheres precisam se educar mutuamente e educar seus filhos para contribuir para um Moçambique melhor. Além disso, sublinhou que a luta pela igualdade e pelos direitos das mulheres deve ser contínua e contar com o apoio de todas as esferas da sociedade.
Por fim, Clara Munguambe expressou confiança de que as questões levantadas serão bem atendidas nas políticas públicas. “Apresentámos as nossas preocupações e temos a certeza que, de viva voz, vão ser muito bem atendidas dentro das agendas e dos programas que cá existem”.
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