Em dias normais, as águas do mar, na zona costeira de Maxixe, quase batem à porta de algumas residências. São famílias que vivem em zonas de risco, algumas delas há mais de 20 anos, que passam dias difíceis, sobretudo em épocas de maré alta.
Na verdade, as famílias já não deviam estar nas zonas costeiras de Maxixe, pois o Conselho Municipal prometeu colocá-las numa outra zona, uma promessa que ainda não foi concretizada.
De acordo com uma cidadã residente na zona costeira de Maxixe, houve essa promessa, mas, até ao momento, nem água vem nem água vai. “Prometeram-nos que sairíamos deste local, mas até agora ainda não fizeram nada. Já começámos a comprar nossos materiais para construir, mas ainda não vieram. O que fizeram só foi virem dar-nos documentos de talhão”, contou a cidadã.
As famílias dizem que já estão a ficar prejudicadas com a situação, uma vez que, com a saída iminente, não podem fazer obras de melhoramento das casas em que vivem, segundo relato de um cidadão, residente na mesma zona costeira.
“Está a ver a situação das casas como estão, porque nós não podemos até renovarmos as casas, porque o município disse que tínhamos de partir para uma nova zona de expansão”, lamenta, por não ver o desenvolvimento das promessas municipais.
Já outra cidadã também lamentou a situação da sua residência. “Minha casa já está a verter, minha casa está de qualquer maneira. Eu quero mudar a minha casa, mas não tenho como mudar. Estou à espera”, disse.
Questionado pelo “O País”, o edil da Maxixe disse que o projecto de construção de uma marginal na zona costeira está a decorrer dentro do cronograma.
“Estamos na fase de acabamento dos concursos, que é internacional, e estamos na fase preparativa para o empreiteiro entrar. Estamos a preparar, também, o reassentamento das populações que estão em alguma parte que será abrangida pela construção da marginal que é junto à Orla Marítima”, disse Issufo Francisco.
O edil explica que as famílias ainda não saíram da zona marginal, mesmo por uma questão estratégica, uma vez que “vamos mesmo reassentá-las já nas vésperas do arranque da obra, porque temos uma experiência muito amarga, em que as famílias, quando são reassentadas, enquanto o local onde ocupavam não é intervencionado de forma imediata, elas depois retornam ao local”.
Nisto tudo, o presidente do Município de Maxixe frisa que “vamos retirá-las assim que o empreiteiro se posicionar para poder arrancar com a obra”.
São, ao todo, 65 famílias que vivem na região costeira e que deverão sair para dar lugar às obras de construção de infra-estruturas de protecção costeira na cidade de Maxixe, numa extensão de mais de 1,5 quilómetros.
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