O Presidente eleito, Daniel Chapo, diz que vai focar a sua governação na reconciliação, mas também na reconstrução económica do país, após destruição de bens públicos e privados, no âmbito das manifestações pós-eleitorais. Chapo falava, esta segunda-feira, no Infantário Dom Orione, em Maputo, onde fez uma visita por ocasião do seu aniversário Natalício
Daniel Chapo celebra, nesta segunda-feira, 48 anos de idade e não quis passar o dia em branco, por isso mobilizou a sua equipa para festejar a efeméride junto das crianças do Infantário Dom Orione, uma instituição de acolhimento de crianças especiais.
É lá onde foi apresentado o menino António, carinhosamente tratado por Tonico, um jovem de 24 anos de idade, mas com aparência de adolescente, devido à relação de muitas doenças, entre elas paralisia cerebral.
Chegou ao infantário, aos 15 anos, abandonado pelos pais. Tonico não fala, não anda, mas hoje, graças aos cuidados do Terapeuta Alfredo Cossa e outros profissionais, já consegue sentar-se sozinho.
Igual ao Tonico, 38 outras crianças, com diferentes deficiências são atendidas no centro, que depende a 100 por cento de doações de singulares.
São histórias como a de Tonito e outras crianças que levaram Chapo a dedicar a tarde para conhecer de perto o infantário, as crianças, fazer a sua doação e cortar o bolo com a família Dom Orione, por ocasião do seu aniversário natalício. E há uma razão para isso.
“Há pessoas necessitadas, como viram as crianças que estão aqui no Dom Orione, são crianças com necessidades especiais e, sendo crianças com necessidades especiais, precisam de cada um de nós, mesmo dos nossos amigos da comunicação social que estão aqui. Então tem sido hábito, sempre que faço anos, reunir com crianças necessitadas, mas também com idosos, para mostrar que há necessidade de estarmos cada vez mais unidos, cada vez mais cada um amar o próximo e achamos que é muito importante para a sociedade toda”, disse Chapo após visitar as salas onde os meninos tem as terapias.
Na mesma ocasião, Chapo, que vai ser empossado quinto Presidente da República, a 15 de Janeiro corrente, disse que o foco da sua governação será a promoção da união.
“A unidade nacional é o segredo do nosso sucesso, precisamos da paz e a paz nasce sobretudo no coração de cada um de nós, precisamos de reconciliação entre moçambicanos porque somos todos irmãos, daí que há necessidade de haver uma reconciliação”.
Mas, também fala da necessidade de reconstruir o país, após manifestações violentas.
“Temos que recuperar o nosso país economicamente, como sabem, estas manifestações provocaram danos incalculáveis, são milhares de nossos irmãos que perderam emprego por causa destas manifestações. Também no setor privado, há pessoas que gastaram toda a sua vida a construir um determinado bem que num único dia perdeu-se, é preciso que cada um de nós perceba que é fácil destruir, mas construir não é uma tarefa fácil. Leva anos também os bens públicos que foram destruídos, achamos que esta vai ser uma das nossas atenções”.
Chapo diz que a sociedade despertou sobre o impacto negativo da destruição de bens públicos.
Apontou a comunicação social como um dos pivôs para esta consciência, pois Afinal de contas, “estávamos a destruir os bens que são nossos, portanto as pessoas acordaram de manhã, depois de terem queimado uma bomba, descobriram que tem uma viatura, tem dinheiro, mas não tem combustível. Descobriram de manhã ao acordar que precisavam de comer, tinham de comprar o arroz, tinham até dinheiro, mas não conseguiam comprar arroz, porque o armazém ou a mercearia ou a loja ou a banca já não existe no bairro. Então, isto chamou a atenção da sociedade rapidamente e os bairros começaram a organizar-se, por um lado para fazer a vigilância, mas também para poderem fazer a limpeza, a reconstrução e o controle dos bairros”.
Para a pacificação do país, o presidente eleito diz que os encontros com partidos com representação parlamentar é um dos caminhos.
“Estes encontros vão levar a consensos e estes consensos depois vão ser debatidos pela sociedade moçambicana, estamos a falar de todos os tratos sociais, incluindo os nossos amigos da comunicação social, que depois vão, portanto, desaguar na Assembleia da República, porque estes consensos depois têm de ser transformados em leis. Quando falo de consenso, falo de reformas, porque, como sabem, o país vai fazer 50 anos de independência no dia 25 de junho, temos cerca de 30 anos de democracia multipartidária e durante este período todo mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e mudam-se também as sociedades”.
Daí que, entende, que haver necessidade de actualizar muitos aspectos que passam por reformas.
“Estas reformas achamos que são fundamentais para adequar as leis à atualidade e, em função disso, podermos continuar a desenvolver o país. Esta é a base e achamos que todos nós vamos participar neste processo de discussão de reformas relacionadas, por exemplo, com a lei eleitoral, a questão relacionada com o aprimoramento da descentralização, que todos nós sabemos que temos de continuar a aprimorar e muitos outros aspectos importantes para desenvolver o nosso país”.
Dom Orione é uma instituição de acolhimento que atende, cuida e trata de crianças com necessidades especiais, de ordem física e psicológica.
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