Edgar Chagwa Lungu espera que a SADC reúna todos os recursos regionais à sua disposição para intervir, mediar e acabar com o conflito pós-eleitoral em Moçambique agora, antes que escale desproporcionalmente
O antigo Presidente da Zâmbia, Edgar Chagwa Lungu, está preocupado com a crise pós-eleitoral em Moçambique. Numa publicação na sua página Facebook, Lungu começa por afirmar que é com pesar no coração que regista a sua profunda preocupação com o aumento do número de mortes, saques e destruição de propriedades e empresas que estão a decorrer no país, na sequência das eleições realizadas a 9 de Outubro.
Para o sexto presidente zambiano, neste momento, Moçambique parece estar abandonado por intervenientes estatais regionais e internacionais. “Não estamos a ver delegações com compaixão alta a chegar a Maputo para intervir, mas todos conseguem ver que Moçambique está a arder, [ao nível] político, e o país está a desmoronar-se. Isto está a partir-me o coração, como ex-presidente e um dos anciãos políticos regionais”.
Como solução para o que se está a passar-se em Moçambique há mais de dois meses, Edgar Chagwa Lungu sugere que a SADC faça o que for necessário para ajudar o país a superar os problemas sociopolíticos. “Eu chamo a SADC, sob a direcção do meu irmão mais velho (…) Emmerson Mnangagwa, o Presidente do Zimbabwe, para reunir todos os recursos regionais à sua disposição para intervir, mediar e acabar com este conflito, agora, antes que ele escale desproporcionalmente. Todos nós precisamos de estar com os nossos irmãos e irmãs, em Moçambique, sob a bandeira e liderança da SADC, porque somos um só povo”.
De acordo com Lungu, o conflito pós-eleitoral, em Moçambique, está a tornar-se um conflito regional. “Um caso em apreço é o facto de cerca de 2000 famílias, segundo relatórios credíveis, estarem agora na fronteira com o Malawi, procurando abrigo e protecção como refugiados, depois de terem fugido do conflito (…) no seu país de origem. Isto não são boas notícias para todos na SADC!”, e acrescenta: “Estou igualmente triste depois de ler relatórios verificados dos meios de comunicação afirmando que até 260 pessoas inocentes, ou mais, morreram em apenas três meses desde que este conflito sem sentido começou. Como ex-presidente na região da SADC, que entregou o poder pacificamente em 2021, suplico às partes em conflito, em Moçambique, que, por favor, encontrem formas de acabar com este conflito agora”.
Para Edgar Lungu, o vencedor das eleições presidenciais, Daniel Chapo, e o segundo candidato mais votado, Venâncio Mondlane, com o que considera “grandes esforcos” Filipe Nyusi, devem sentar-se à mesa com as autoridades da SADC para resolver o conflito pós-eleitoral.
A terminar o seu texto, Edgar Lungu salienta que continua confiante em relação às habilidades de Emmerson Mnangagwa para acabar com a crise em Moçambique sob os auspícios da SADC.
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