
Cerca de 800 vendedores do Mercado da Paz abandonaram recentemente as bancas e voltaram a ocupar os passeios da paragem senta-baixo, ao longo da Estrada Nacional Número Um (EN1) em Chongoene, província de Gaza.
“Está a multiplicar-se, diariamente, o número de pessoas, que, em vez de recorrer a bancas fixas, preferem enfrentar o risco de ser atropeladas na estrada, tudo na tentativa de fazer pequenos negócios”, revelou Alfeu Macane, porta-voz do Serviços distritais de actividades económicas de Chongoene.
Os vendedores dizem que preferem vender fora do mercado, pois é o local de maior afluência.
“Isto não está fácil. Quando amanhece, é preciso correr para ganhar a vida. O Senta-Baixo tornou-se um local de grande perigo”, comentou Maria Tânia, uma vendedeira.
A concentração arbitrária de vendedores, além de desfigurar a imagem da área, coloca em risco os compradores e o cenário piora durante a noite.
Atravessada pela EN1 e pela EN102, a paragem senta baixo tem sido palco de sinistros rodoviários. Uma realidade completamente ignorada pelos vendedores.
“Às vezes os veículos são obrigados a buzinar, mas sem sucesso. Por dia registamos cerca de 5 atropelamentos. Estamos preocupados” , disse Alfeu Macane.
Lúcia Macave, 64 anos, é vendedeira há mais de 30 anos e diz que o mercado de Chongoene até reúne boas condições, mas há falta de clientes, devido a supostos problemas tradicionais.
“Há problemas sérios porque não houve negociação entre Governo e proprietário do espaço. Ficamos uma semana naquele mercado, mas diariamente conseguimos vender entre 10 e 15 meticais.” , esclareceu.
Fazem parte dos que saíram do mercado, Marcos Semende e Samuel Paulo, eles apontam a posição e a dimensão do mercado como as causas do abandono.
O porta-voz do serviço distrital de actividades económicas, Alfeu Macane, nega que o abandono das bancas esteja relacionado com a falta de clientes. Macane fala de encontros em curso, para encontrar saídas para problemas.
“No rol das actividades desenvolvidas durante este período, há que destacar a sensibilização aos vendedores para que voltem a preencher as mesas. Caso contrário, até 15 de Janeiro próximo vamos usar outras medidas para a sua retirada”, afirmou Macane.
O mercado da Paz no distrito Chongoene custou aos cofres do Estado mais de 13 milhões de meticais. Read More O País – A verdade como notícia
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