Dezembro 7, 2024

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Severino Ngoenha considera que Moçambique pode deixar de ser uma nação

 O filósofo Severino Ngoenha defende que os resultados que serão proclamados pelo Conselho Constitucional vão fragmentar o país. Ngoenha diz que qualquer resultado vai servir “como um fósforo”, que pode piorar a situação do país. 

Em entrevista ao Jornal O País, Severino Ngoenha disse que Mocambique está em perigo iminente de fragmentação. 

“A polarização está no mais alto nível. Moçambique voltou a ser um país onde a questão tribal e regional está no centro de preocupações de todos. Moçambique voltou a ser um país racista. São todos ingredientes para pôr em perigo a nossa existência como país e como nação”, disse o filósofo.

Para Ngoenha, os resultados que serão proclamados, no dia 23, pelo Conselho Constitucional, podem piorar a situação do país. “Estes resultados finais que serão proclamados, ganhe um candidato ou ganhe o outro, vão ser um fósforo, que vai acender o petróleo (…). De facto, o país será fragmentado”.  

Ngoenha não parou por aí, explicou que o presidente que será proclamado, independentemente de quem for, não terá legitimidade suficiente para governar o país e “levar os moçambicanos para o desenvolvimento”. 

O académico diz que é preciso que o país saia da situação de dependência em relação a outros países. E a única maneira de o fazer é com um Governo legítimo, capaz de unir o povo. 

“Somos um país pobre. Não, miserável. Não conseguimos dar de comer às nossas populações. Nós não temos escolas em condições. Nós não temos medicamentos nos hospitais. Somos um país assistido que vive da boa vontade de outros. Apesar de nos chamarmos independentes,  somos um país que depende de outros. Temos que sair desta situação. E para sair desta situação temos que ter um Governo legítimo, capaz de congregar a todos, de unir todos”, explicou.

Severino Ngoenha apelou a todos os moçambicanos para que tenham uma atitude responsável e um acordo antes da proclamação dos resultados. 

“Um acordo de bravos, quer dizer, não em que há derrotados e vencedores, mas que haja só um vencedor, o povo moçambicano e a unidade do nosso país. Para isso, é preciso que cada um meta um pouco de água no seu próprio vinho.  É importante que cada um tempere as suas ambições. É preciso que cada um esteja pronto a ceder, para encontrarmos uma plataforma comum, na qual nos podemos congregar como moçambicanos, para sairmos da situação que nos encontramos”.

O filósofo apela também a menos rigidez, mais abertura, mais predisposição e mais plataformas de diálogo a quem é de direito. 

Severino Ngoenha condenou algumas atitudes que têm caracterizado as manifestações, dizendo que os bandidos estão a aproveitar-se da situação para fazer desmandos. 

“Queimar carros, queimar infra-estruturas que precisamos, queimar tribunais, tirar linhas férreas, destruir infra-estruturas necessárias é fazer o país voltar para trás, é fazer com que mesmo aquele que venha a governar amanhã, independentemente de quem ele seja, não tenha condições para oferecer aquilo  que o país precisa, sobretudo para os mais pobres”.

Ngoenha disse não haver nenhuma razão para querer que o presidente Nyusi fique no poder por mais dois anos. “Não há nenhuma razão para mandar parar a revolução, as modificações, as reformas do nosso país têm que continuar (…) Temos falado muito, eu, pessoalmente, sobre muitos desmandos para uma sociedade democrática, aberta e inclusiva, que Moçambique tem demonstrado. Não queremos favorecer nada nem ninguém”, concluiu. Read More O País – A verdade como notícia

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