Novembro 13, 2024

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Gestores de escolas garantem que vão leccionar até o fecho do ano lectivo

 Muitas escolas estiveram a leccionar, nesta quarta-feira, apesar da convocação de manifestações. Os gestores garantem continuar a trabalhar até o fecho do ano lectivo, que será no dia 15 de Novembro, enquanto houver segurança.

Um dos principais sectores que é fortemente afectado, sempre que há manifestação ou paralisação de actividades é o da Educação, que se vê obrigado a alterar o calendário Escolar.

No entanto, nesta quarta-feira (13) o cenário foi diferente. Muitas escolas, primárias e secundárias, estiveram abertas para lecionar, na cidade de Maputo.
A Escola Primária Completa de Polana caniço A, por exemplo, localizada no coração do bairro com mesmo nome, que tem sido um dos principais focos de manifestações violentas, ignorou o receio e recebeu alunos que pretendiam realizar provas finais atrasadas.

“A gente estava aqui às 7 horas, os alunos estavam aqui, quase todos, para fazer as avaliações. Todos os professores estavam aqui, quase todos os professores, só havia três professores que não apareceram, mas porque vivem longe da escola. Os alunos, quase todos eles estavam aqui para fazer as últimas avaliações. Estamos a falar, no ensino secundário, de cerca de 420 alunos, aproximadamente, que estiveram aqui, submetidos às provas”, garantiu Absalao Munguambe, Director Pedagógico da Escola Primária Completa Polana Canico A.

A Direcção da escola reconhece o receio dos professores em ir à escola, face aos últimos acontecimentos, porém garante que não vai fechar as portas do estabelecimento.

“Amanhã estaremos aqui, toda semana estaremos aqui, para acompanhar essa situação. Todos os alunos serão avaliados, não haverá nenhum aluno que não será avaliado. Levando em consideração que o último dia de aula é dia 15, sexta-feira é nosso último dia, e nós estaremos aqui”, referiu o gestor, mas fez questão de recordar que tal só será possível caso haja condições.

“A menos que saibamos que aqui, em Polana Caniço, há uma situação que possa nos levar a não estar aqui. Mas, em condições normais, nós estaremos aqui”.

No ensino secundário também assistiu-se ao mesmo cenário, outra chance de avaliação para os alunos que faltaram na semana passada.

A nossa redacção passou pelas escolas secundárias de Laulane, Força do Povo e Eduardo Mondlane. Em todas elas o cenário era igual: salas ocupadas por alunos que pretendiam fazer as últimas avaliações.

Azarias Mangave é gestor pedagógico da Escola Secundária Eduardo Mondlane. diz que a avaliação decorreu até à última segunda-feira. Grande parte dos alunos foram avaliados.

“Numa disciplina podem ter faltado 50 alunos, num universo de 1.050 alunos. Então, praticamente, tivemos uma adesão total semana passada. Em uma ou outra disciplina, tivemos falta de 50 ou 30 alunos. Então, consideramos isso uma situação normal.”

 

Maputo e Matola estiveram calmas na manhã de quarta-feira

O que também foi normal, para um dia de paralisação, foi a circulação de pessoas e bens, nas cidades de Maputo e Matola.

Apesar de alguns comerciantes terem preferido manter as portas fechadas, outros tantos saíram à rua, para comprar, vender, sobretudo os do sector informal, um grupo bastante lesado sempre que há paralisações.

Mas houve quem não se alegrava com tanta circulação…

No período da manhã, os manifestantes, no bairro Malhazine, ao longo da avenida Lurdes Mutola, bloquearam a passagem de transporte de passageiros e mandaram descer as pessoas, e explicam a razão.

“Temos que parar um pouco, porque a manifestação é para todos, não é para um grupo pequeno, é para todos nós, moçambicanos. E quando circulam é como se não tivessem nada a ver com o que está acontecendo no país. Como somos todos moçambicanos, temos que nos manifestar de forma pacífica, certo? Mas quando os outros vão trabalhar é como se estivessem se dividindo.”

Questionamos aos manifestantes se é pacificidade obrigar pessoas a desembarcar antes do seu destino. A resposta foi peremptória.

“Quando mandamos eles descerem, eles estão desobedecendo a ordem. Temos que demonstrar. Por exemplo, eu venho do Benfica e quero ir ao Monumento de Malhazine. Vou a pé. Há chapas, mas como estou a manifestar, vou a pé. Eles também podem andar, não tem problema.”

Não há problema para eles, porque a polícia, que esteve no terreno, entendeu que tinha que intervir e evitar que munícipes fossem impedidos de viajar.
Porém, nem todos tiveram a mesma sorte. E só restou isso. carregar a sua trouxa.

Diante da realidade, os transportadores preferem parquear os carros.

“Foram quatro ou cinco pessoas que mandaram descarregar o carro em Malhazine. Preferi não colocar o carro lá, só porque tinha mandado os outros colegas descarregarem. Seria arriscado eu entrar. Assim é difícil para o patrão pagar o salário. O patrão também não paga o salário porque não conseguimos fechar a receita”, desabafou Lucas, motorista de transporte que faz a rota Museu-Malhazine.

O resultado foi a falta de transporte, obrigando os cidadãos a regressarem a casa a pé.

E foi assim com muitos outros munícipes de Maputo e Matola. Read More O País – A verdade como notícia

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