A cidade de Maputo celebra, hoje, 137 anos de elevação à categoria de cidade, depois de ao longo dos últimos dias ter sido palco de manifestações violentas, marcadas por mortes, vandalização e destruição de infraestruturas. Razaque Manhique, diz que houve retrocesso no desenvolvimento e que, no momento, a cidade não funciona em pleno e pede “manifestações pacíficas e construtivas”.
Passam-se três dias após a conclusão da terceira fase das manifestações nacionais convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane e pelos partidos da oposição, e, hoje, 10 de novembro, no seu centésimo décimo sétimo aniversário a elevação à categoria de cidade, a capital do país parece não ter motivos para comemorar”, uma vez que foi palco das manifestações mais violentas dos últimos anos.
O respectivo edil, Rasaque Manhique, diz que, pela maneira violenta que as manifestações se desencadearam, houve um retrocesso no desenvolvimento da cidade.
“A destruição de infraestruturas essenciais afecta o dia-a-dia dos cidadãos, prejudica o funcionamento da cidade e representa um retrocesso aos esforços de desenvolvimento que temos implementado”.
Aliás sobre o retrocesso, Manhique destacou avultadas perdas durante as manifestações.
“Dados preliminares indicam que pelo menos seis viaturas particulares, três em Maxaquene e três em Kamubukwana, e, dois tractores ficaram totalmente destruídos, depois de terem sido incendiados durante as manifestações. Há registo de 15 postos de semáforos em cruzamentos, foram vandalizados vários abrigos de paragens e de carros, quatro autocarros da empresa transportes de Maputo não escaparam a essa acção. O comando distrital da Polícia Municipal foi também alvo desta accao”, listou Manhique.
Além das infraestruturas municipais, foram também alvo de vandalização e destruição algumas infraestruturas do partido.
“Kamaxakeni, Kamavota, Kamubukwana, Nlhamankulu e Kampfumo foram os mais afectados. As vandalizacoes foram mais violentas no distrito de Kamaxakeni, a sede da nossa administração foi vandalizada e totalmente incendiada”, acrescentou.
E, a verdade é que “sendo ou não infraestruturas municipais ou do partido Frelimo”, a mobilidade e a recolha de resíduos sólidos, entre outros serviços, ficaram comprometidos, ao nível da cidade de Maputo.
“No domínio da salubridade registamos 52 contentores de recolha de resíduos sólidos completamente destruídos em toda a nossa cidade, temos uma vasta extensão da rede viária danificada devido a queima de pneus, estes episódios causaram danos consideráveis ao nosso patrimônio e geram transtornos para todos os munícipes. Foram vandalizados vários abrigos de paragens e de carros, quatro autocarros da empresa transportes de Maputo não escaparam a essa accao”, referiu.
Apelando para a realização de manifestações pacíficas, Manhique reconhece que há razões para o descontentamento da população, sobretudo, dos jovens.
“Reconhecemos que as manifestações surgem de anseios e desafios que afetam muitos dos nossos jovens que enfrentam diariamente, no entanto, apelamos que todos expressem as suas preocupações de forma pacífica e construtiva. A destruição de bens e a violência não são a solução, ao contrário comprometem a paz e a segurança que tanto almejamos.”
O edil finalizou em garantir que, para o benefício dos munícipes, o funcionamento pleno da cidade será reposto.
“Em resposta a esses acontecimentos o Conselho Municipal reafirma a reconstrução dos bens danificados e a restauração das infraestruturas essenciais para o pleno funcionamento da nossa cidade. Esse trabalho exigirá recursos e tempo, mas estamos determinados a devolver a cidade de Maputo a dignidade e funcionalidade que merece e contamos com o envolvimento de todos”, apelou. Read More O País – A verdade como notícia
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