Novembro 14, 2024

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Há mais de 5 mil sacos de batata podre no grossista do zimpeto devido às manifestações  

 Há importadores do mercado grossista do Zimpeto que perderam até 1,8 milhões de meticais em mercadorias em importação, que se deterioraram, devido ao encerramento da fronteira de Ressano Garcia. O economista Elio Cossa alerta que a crise pós-eleitoral pode provocar subida da inflação. 

As manifestações pós-eleitorais trouxeram enormes prejuízos para alguns importadores de produtos alimentares.

Após dias sem poder passar pela fronteira de Ressano Garcia, este sábado, há camiões que conseguiram chegar ao mercado grossista do Zimpeto. A mercadoria que estava retida chegou mas já sem proveito.

“Esse carro carregou no domingo, chegou à fronteira na segunda-feira. Depois começou aquela confusão toda. O carro ficou lá segunda, terça, quarta, quinta e sexta-feira, até que tive a ideia de tirar o carro pela fronteira de Namaacha” apontou Alzira Chida, uma importadora lesada.

Alzira Chida é proprietária da batata na imagem e faz de tudo para recuperar o que pode ter escapado. No entanto, já sabe que nenhum esforço poderá compensar o investimento.  

“Em termos de prejuízo, nem posso calcular agora. É acima de 500 mil rands. Conforme o mano está a ver, eu só tenho uma perda fora do céu por causa dessa confusão da greve. Esse carro carrega 3.520 sacos mas por aqui acho que nem mil sacos poderei recuperar” disse. 

O choro é partilhado por Rebeca José, que perdeu mais de 500 mil sacos de batata, e ficou com uma dívida porque o valor investido é fruto de um empréstimo.

“É só choro. O dinheiro que nós usamos para trabalhar não é nosso. Nós pedimos emprestado e depois devolvemos, mas estamos a somar grandes prejuízos mesmo. Temos dois carros. Há um carro link, aquele grande, tem 3.500 de sacos, toda batata foi-se embora. Tem esse carro aqui que tem 1.800 de sacos, conforme vê, é isso que está a acontecer aqui. Nos bancos, nós daqui do mercado, não nos dão dinheiro porque dizem que nós não trabalhamos no Estado, mas nós conseguimos, à nossa maneira. Nós estaríamos lá dentro do mercado, nas nossas bancas, nas tendas, mas estamos aqui no sol desde de manhã” Lamentou Rabeca. 

Sem referenciar outras despesas, Rebeca avança que tem um prejuízo de cerca de 400 mil rands, mais de um milhão e quatrocentos meticais, ao câmbio do dia. 

“Aquele carro grande ali foram mais de 250, já não faço ideia. Nesse carro aqui foram 148 mil Randes, não estou a falar de metical, em rands. Deixando despesas de documentos, combustíveis, sim, foi uma perda muito grande” explicou.

A terceira fase da greve nacional, convocada pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, levou à paralisação da fronteira de Ressano Garcia devido à vandalização protagonizada pelos manifestantes.O pelouro de transporte e logística da CTA fala de prejuízos enormes e consequências inevitáveis para a economia nacional. 

“O impacto é devastador porque a fronteira foi totalmente saqueada pelos manifestantes e dizer que muitas empresas vão fechar, muitas empresas foram vandalizadas, não é fácil enumerar aqui o número de empresas que foram vandalizadas, os camiões, desde três dias atrás, dos quais dois consecutivos de vandalização da terminal de carga. É um impacto muito triste, é o pior, é um tsunami” avancou Flávio Naene, presidente do Pelouro de Transportes na CTA. 

Não é para menos, é que segundo o presidente do pelouro de transportes na CTA, mais de uma centena de camiões não escaparam da fúria dos manifestantes.

“Estamos, ainda, a tentar fazer um mapeamento de quantos camiões tenham sido vandalizados, mas acima de 100 camiões foram vandalizados. É um número que eu tenho a olho nu pelo que eu tentei perceber e tentei ver, acima de 100 camiões. Há uma empresa que quase 23 camiões foram vandalizados, com mercadorias diversas, sensíveis, que eram preparativos para as festas que se avizinham em dezembro, então a economia ficou destruída” vincou. 

Os problemas não param por aí, o economista Elio Cossa alerta que o país pode voltar a enfrentar a subida da inflação. 

“Isto levanta riscos naturais, que é a escassez de produtos nas prateleiras dos diferentes centros comerciais e com isso levanta-se, também, o risco do recrudescimento ou a retoma da inflação para o país. Estamos a vir de uma série recente de controlo de estabilidade inflacionária e naturalmente com este novo risco, este novo evento, que é o encerramento da fronteira, que é um dos principais abastecedores dos nossos mercados, retoma-se aqui um risco inflacionário que já estava subjetivamente ou quase controlado” alerta o economista Élio Cossa.

E diz mais.

“Naturalmente irá levantar aqui um problema fiscal, em que não haverá coleta de receitas, o que é prejudicial para o funcionamento do nosso Estado, o que pode, a curto prazo, condicionar o funcionamento normal do nosso Estado, neste caso, o cumprimento daquilo que são as suas obrigações, tanto em termos de funcionamento e investimento. Aqui estamos a falar do pagamento das receitas de funcionamento, de pessoal e fornecedores. Isto desencadeia um efeito cascata para outros sectores da economia, estamos a falar das empresas” concluiu Cossa.  

Como resultado dos prejuízos somados pelos importadores, as bancas que neste momento deveriam estar a comercializar batata, cebola, cenoura e mais produtos provenientes da África do Sul estão vazias, o que significa que nos próximos dias pode haver escassez dos mesmos a nível nacional. Read More O País – A verdade como notícia

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