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Município de Maputo falha recolha de lixo por causa de dívidas

O Município de Maputo está a falhar em recolher lixo em alguns bairros devido à falta de dinheiro para pagar dívidas a empresas prestadoras do serviço. Devido à situação, munícipes de Chamanculo, Maxaquene e Munhuana convivem com moscas e mau cheiro.

Trata-se do bairro do Chamanculo “B”, na cidade de Maputo. Uma zona histórica atravessada, neste ponto, pela rua Marcelino dos Santos. Lixo e cheiro nauseabundo tornaram-se o cartão de visita deste local.

“Isto é recorrente, o cenário que você vê agora é minimizado porque vieram diminuir ao invés de tirar todo lixo” disse Idelson Chongo, Residente de Chamanculo “b”.

Há mais de um mês que os residentes de Chamanculo “B” convivem com imundice e a edilidade de Maputo é indiciada de se ter demitido das suas responsabilidades.

Carmina Vidal vende vegetais e legumes numa banquinha em frente ao seu quintal e divide o espaço com o lixo.

Outro desafio, são as moscas dentro do quintal, que chegam a invadir utensílios domésticos.

“Enfrentamos muitas moscas e mau mesmo quando estamos a cozinhar. Se não prestares atenção és capaz de comer moscas nas refeições” explicou Carmina Vidal.

Ainda no mesmo bairro, Tânia José trabalha num estabelecimento comercial que confecciona refeições, mas o negócio não tem passado por bons dias, devido ao lixo.

“Está muito complicado conviver com este lixo, principalmente tendo este estabelecimento. Esta situação espanta nosso clientes” disse.

A saúde das crianças do Chamanculo “B”, também está em risco, porque usam o mesmo espaço para brincar, segundo Idelson Chongo que explica que “
”Nestas condições não há como as crianças estarem à vontade, as nossas casas também estão afectadas pelas moscas e ficamos expostos a várias doenças.

No chamanculo “C”, o cenário não é diferente. Entre o posto policial e o campo Lurdes Mutola, a edilidade quase não recolhe o lixo.

“Quando reclamos dizem que o carrro que remove lixo está estragado. Ontem crianças não dormiram por comichão, quem sabe, é por causa do lixo” contou ao O país Josefina Vilanculos, residente de Chamanculo “C”.

Mais agravante, neste bairro, vermes e mau cheiro tiram a paz dos moradores.

“Ali em casa da minha avó não entramos por causa dos vermes, mesmo se fores agora podes ver. Não comemos e não dormimos. Para tomar chá é preciso levar um objecto e sacudir” descreveu Marinela Henrique.

O mesmo cenário vive-se no Bairro Maxaquene “c”, concretamente no muro do mercado Carimbo. A situação tem repelido clientes.

Manuel Pedro reside nesta parcela do município de Maputo há mais de 30 anos, sente na pele o desafio de ir comprar produtos infestados por moscas.

“É uma situação muito complicada e ninguém pode aguentar com o cheiro. Está ao lado do mercado e nós vamos comprar verduras e vegetais e possamos com moscas” desabafou o ancião.

O drama da deficiente recolha de lixo na cidade de Maputo é também vivido pelos residentes do bairro da Munhuana.

Entre o muro de vedação do Instituto de Formação de Professores e a igreja Católica, os resíduos sólidos estão espalhados pela rua.
Islan Mussa, diz que “esta rua estava fechada, vieram limpar com uma pá escavadora mas não puseram contentor, os moradores voltaram a jogar o lixo no chão” concluiu.
O cheiro nauseabundo do local chega a invadir as salas de aulas do Instituto de Formação de Professores e os alunos têm as suas aulas perturbadas.
O ambientalista Rui Silva alerta que “a decomposição do lixo em locais impróprios prejudica o meio ambiente e pode contaminar água dos furos” alertou.

O Município de Maputo assume o problema e diz que em causa estão algumas dívidas que a edilidade não paga às empresas de recolha.
“Apesar de reconhecermos essa dívida temos também despesas correntes, além de gerir dívidas antigas, temos que arranjar orçamento para gerir contas actuais e anteriores” esclareceu João Munguambe, vereador de Infra-Estruturas e Salubridade.

A edilidade diz ainda que o dinheiro pago pelos munícipes na taxa de lixo é pouco para cobrir as despesas de recolha dos resíduos e acrescenta que os munícipes têm criado demasiado lixo, o que demanda novas estratégias de recolha.
Durante a sua campanha eleitoral, o actual edil de Maputo, Rasaque Manhique, prometeu apostar na educação cívica dos munícipes sobre a gestão do lixo e garantir a reciclagem dos resíduos sólidos, uma promessa a ser exigida pelos munícipes até ao fim do mandato.

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